paridade de género · patriarcado

A organização patriarcal

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A cultura ocidental tem sido dominada pelo patriarcado: o domínio pelos homens, dos homens e para os homens.

O patriarcado apoia-se na hierarquia, na vontade de domínio, no poder e no governo pela força e, por vezes, pela violência.

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casamento precoce · histórias de vida · homem-mulher · machismo · opressão · patriarcado · submissão · violência doméstica

“Chamo-me Nujood, tenho 10 anos e sou divorciada.”

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A minha cabeça girava sem parar – nunca tinha visto tanta gente junta. No pátio exterior do tribunal, uma multidão movimenta-se em todas as direcções: homens de fato e gravata com pastas amareladas dobradas debaixo do braço, outros homens vestidos com a zanna, a túnica comprida tradicional do Iémen do Norte, e todas aquelas mulheres a gritar e a chorar tão alto que não se percebe uma palavra. É como se eu fosse invisível. Ninguém me vê. Sou demasiado pequena para todas estas pessoas. Tenho apenas 10 anos, talvez nem tanto. Quem sabe?

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emancipação

Revolução

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desigualdade · igualdade de género · injustiça social · machismo · paridade de género · sexismo

As mulheres invisíveis, secundárias e auxiliares

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Katherine Johnson fez 100 anos e foi notícia por todo lado. Mas quem é Katherine Johnson? Conhecida por “computador humano”, esta mulher negra foi a cientista espacial, matemática e física que trabalhou na NASA durante 33 anos e cujas contribuições, em cálculos matemáticos, foram fundamentais para a exploração espacial dos EUA. Em 2016 foi eleita, pela BBC, como uma das 100 mulheres mais influentes e inspiradoras. Continue a ler “As mulheres invisíveis, secundárias e auxiliares”

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Contrastes

pobreza escola 2 tradução

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condições de trabalho · desigualdade · família · homem-mulher · igualdade de género · injustiça · paridade de género

Gaiolas

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família · histórias de vida · homem-mulher

Divórcio: Começar de novo

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Tínhamos acabado de regressar de umas férias na neve e as malas, cheias de camisolas de lã e casacos, ainda não tinha sido desfeitas. Sabia bem regressar a casa.
De repente, o meu marido, que estava na nossa casa de banho, chamou por mim. Quando me aproximei dele, virou-se e disse: Continue a ler “Divórcio: Começar de novo”

desigualdade · emancipação · feminismo · homem-mulher · igualdade de género · paridade de género

Justiça no feminino

maltrato mulher violência tradução 2

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Paridade de género

foto contemplação mulher tradução tradução 1

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condições de trabalho · desigualdade · histórias de vida · injustiça social · mulheres · opressão

A condição da mulher no Afeganistão – História de Samira

 Introdução

Zarghuna Kargar, jornalista afegã refugiada em Londres, produziu e apresentou o programa “Afghan Woman’s Hour” da BBC. Este projeto bem-sucedido tinha como objetivo apoiar, consciencializar e educar milhões de mulheres e homens em todo o Afeganistão. Durante os anos em que o “Afghan Woman’s Hour” esteve no ar, debateram-se assuntos difíceis, muitas vezes tabu e foi emitido o relato de centenas de mulheres afegãs ansiosas por partilhar a sua história de vida. O livro Mulheres Afegãs – Histórias por detrás da Burka surgiu da compilação destes testemunhos verdadeiros com o objetivo de dar a conhecer uma realidade assustadora de opressão e tortura em que vivem muitas mulheres afegãs. Continue a ler “A condição da mulher no Afeganistão – História de Samira”

histórias de vida · opressão · patriarcado · submissão

A condição da mulher no Afeganistão – História de Sharifa

No Afeganistão, as mulheres tomam-se normalmente mães mais ou menos um ano depois de se casarem. É perfeitamente comum as mulheres afegãs terem quatro ou cinco filhos; aliás, mesmo uma família dessas seria considerada pequena. Para a maioria das mulheres afegãs, a finalidade do casamento é simplesmente constituir família, que só é considerada completa quando a mulher dá à luz um filho. Uma mulher que tenha uma série de filhos é acarinhada pelo marido, elogiada pela sogra e respeitada pela comunidade. Desta forma, a mãe sente orgulho por ter feito o papel que, acredita, nasceu para fazer. Se, por outro lado, uma mulher é incapaz de procriar um rapaz, sente-se um fracasso e a sua vida transforma-se num inferno. Continue a ler “A condição da mulher no Afeganistão – História de Sharifa”

abuso · alcoolismo · drogas · machismo · submissão · violência doméstica

Violência doméstica: Quando as joaninhas de plástico deixam de falar

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Nas outras ruas também vivem famílias, em cada janela aparecem pessoas. Ouvem-se relatos de futebol e ouvem-se músicas, ouvem-se telenovelas, ouvem-se gritos como os da sua casa, ouvem-se móveis a ranger, ouvem-se pessoas a andar, ouvem-se pessoas a dançar, ouvem­-se pessoas a chorar, ouvem-se pessoas a pensar, ouvem-se pessoas a ser famílias, ouvem-se coisas a cair. Continue a ler “Violência doméstica: Quando as joaninhas de plástico deixam de falar”

abuso · machismo · opressão · submissão · violência doméstica

Os homens não batem

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Xavier apaga a luz e ouve a respiração de Alex, a seu lado, já adormecido. Ele, todavia, não consegue deixar de pensar em tudo o que sucedeu. Ouve a voz do pai, como se ainda estivesse presente, a repetir uma e outra vez: “Os homens não batem, Xavier, os homens não batem”. Olha para o amigo que, embora a sonhar, parece chorar e, sem querer, vai recordando… Continue a ler “Os homens não batem”

adolescência · histórias de vida · namoro

A minha estrela de Rock – Um namoro na adolescência

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Chad: o melhor guitarrista acústico que alguma vez irei conhecer, e o rapaz por quem me apaixonei perdidamente. Eu: a rapariga tímida a quem ele chamava Pirilampo. Quem iria imaginar que iríamos apaixonar-nos daquela maneira? Quem iria imaginar que tudo se saldaria por um falhanço total? Continue a ler “A minha estrela de Rock – Um namoro na adolescência”

abuso · opressão · sexismo · violência doméstica

Violência no namoro – Um lobo com pele de cordeiro

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Duas semanas após o início do primeiro ano da faculdade, chegou um novo aluno para a nossa turma de biologia. Chamava-se Kyle. Após algumas semanas de aulas, Kyle pediu-me namoro. E eu, radiante, aceitei. Passaram-se alguns meses e tornámo-nos inseparáveis.

Aprendi muito sobre ele e sobre o tipo de pessoa que era. Continue a ler “Violência no namoro – Um lobo com pele de cordeiro”

família · histórias de vida · mulheres

Uma colcha com história

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Quando a minha bisavó Anna veio para a América, trazia o mesmo espesso casacão e as botas altas que usava no trabalho rural. Mas a família deixou de trabalhar a terra. Em Nova Iorque, o pai passou a carregar coisas para uma camioneta, e o resto da família fazia flores artificiais o dia todo. Continue a ler “Uma colcha com história”

drogas · família · histórias de vida · mães-adolescentes · responsabilidade

Uma mudança para melhor – Adolescência e drogas

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Desde pequena que me diziam para não cometer os erros da minha mãe. É certo que ela não tinha tido uma vida fácil: engravidara aos 17 anos e culpava–me constantemente pelos fracassos da sua vida. Como era incapaz de tomar conta de mim, tiveram de ser os meus avós a ir buscar–me quando eu tinha seis semanas e a criar-me como se fosse filha deles. Continue a ler “Uma mudança para melhor – Adolescência e drogas”

adolescência · alcoolismo · emancipação · histórias de vida · responsabilidade

O grupo das quartas-feiras – Os estudantes e o álcool

 

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A minha primeira semana na universidade resumiu-se a um imenso remoinho de insónias e de agitação.

Fiz alguns amigos entre os quais a minha madrinha, uma rapariga que dava pelo nome de Jane. Jane atraía-me pela sua postura teatral deslumbrante e, uma vez que o teatro era a minha especialidade, decidi fazer-lhe uma entrevista. Continue a ler “O grupo das quartas-feiras – Os estudantes e o álcool”

histórias de vida · mães-adolescentes

Ser mãe aos quinze anos

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Fiquei grávida no fim do nono ano. Foi um choque total. Sabia que teria de enfrentar muitas dificuldades: dar a notícia aos meus pais, decidir se iria adiante com a gravidez, e descobrir que maneira eu e o Ronnie, o pai da criança, tomaríamos conta dela. Como, apesar da inconsciência do nosso comportamento, tinha consciência de que ia precisar de muita ajuda, falei primeiro com a minha mãe. Assim que lhe contei, percebi o quanto a desapontara e o quanto ela se debatia para aceitar a situação e falar dela ao meu pai. Continue a ler “Ser mãe aos quinze anos”

alcoolismo · histórias de vida · responsabilidade

Álcool

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Cresci numa pequena cidade bem próximo de Savannah, na Georgia, onde ninguém fechava as portas à chave durante a noite e a maior diversão era a noitada de futebol na escola secundária todas as sextas-feiras. O único crime de que se falava era a ocasional multa por excesso de velocidade e talvez, muito de vez em quando, estourasse uma briga ao sábado à noite no único bar da cidade. É uma cidade pequena e sossegada, onde os pais querem criar os filhos longe do crime e dos perigos de uma cidade grande, e onde os adolescentes sonham em partir à procura de algo maior e melhor. Continue a ler “Álcool”

homem-mulher · machismo · opressão · violência doméstica

Alice ou uma história de violência doméstica

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Experimenta retirar com vagares de susto a lâmina do punhal que continua a esfacelar-lhe a alma; enquanto o corpo marcado guarda a memória de um medo dilacerante e visceral,

vida destroçada, sabe, encolhendo-se diante das imagens que sempre surgem de súbito, como relâmpagos de luz ácida e acutilante, a cegá-la com o seu ferrete de gume noturno e sem misericórdia, Continue a ler “Alice ou uma história de violência doméstica”

desigualdade · excisão · homem-mulher · injustiça · machismo · opressão · patriarcado · submissão · violência · violência doméstica

Nómada – Ayaan Hirsi Ali – leitura seguida

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Ayaan Hirsi Ali atraiu atenção mundial com o livro de memórias Infiel, que ficou 31 semanas na lista de best-sellers do New York Times e conta a sua infância e adolescência na Somália, na Arábia Saudita, na Etiópia e no Quénia sob o rigor do islamismo, até chegar à Holanda, onde se tornou uma das principais críticas do islão e defensora dos direitos das mulheres. Agora, em Nómada, ela narra a sua mudança para os Estados Unidos em busca de uma nova vida, longe dos islamitas europeus que a ameaçaram de morte. Continue a ler “Nómada – Ayaan Hirsi Ali – leitura seguida”

opressão · submissão · violência

O maltrato subtil

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Um belo dia, numa cidade de um belo país, nasceu uma linda menina, cujos olhos maravilhosos observavam tudo em seu redor. Continue a ler “O maltrato subtil”

emancipação · feminismo · mulheres

Emmy Noether, uma matemática resiliente

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Emmy Noether

Uma matemática resiliente

Embora se pense que a Matemática é um campo de saber predominantemente masculino, houve, ao longo da história da humanidade, muitas mulheres matemáticas cuja prestação foi tão importante quanto a dos seus colegas homens. E, apesar de os seus nomes terem sido esquecidos, a sua contribuição científica continua profundamente válida.

Nascida a 23 de março de 1882, em Erlangen, na Alemanha, Amalie Noether foi uma matemática alemã cujo contributo se revelou de fundamental importância nos campos da física teórica e da álgebra abstrata. Albert Einstein chegou mesmo a considerá-la “a mulher mais importante da história da Matemática”. Continue a ler “Emmy Noether, uma matemática resiliente”

feminismo · mulheres · mundo · violência

Elisabeth Eidenbenz, a mãe das mães

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ELlSABETH ElDENBENZ

A Mãe das Mães

 

A minha maior satisfação é que a maternidade se converta

numa ilha de paz no meio do inferno da guerra;

numa garrafa de oxigénio para se seguir em frente e continuar-se vivo.

 

SUIÇA, 1913

Professora na Suíça e na Dinamarca. Voluntária da Associação de Ajuda às Crianças Vítimas da Guerra, colaborou na zona republicana em tarefas de ajuda humanitária na Guerra Civil espanhola. Foi galardoada pelo Governo de Israel pelo seu trabalho a favor dos judeus: em 2002 recebeu a medalha dos Justos entre as Nações.

Elisabeth Eidenbenz nasceu na Suíça e foi professora em escolas suíças e dinamarquesas. Era uma jovem cheia de ideais, que formava parte dos movimentos sociais da época que viam com inquietação a destruição da povoação civil espanhola e o avanço do fascismo, que daí a alguns anos se estenderia por toda a Europa. Continue a ler “Elisabeth Eidenbenz, a mãe das mães”

injustiça · mulheres · mundo · opressão · violência

Claudia López e a paz na Colômbia

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CLAUDIA LÓPEZ e a paz na Colômbia

“Faz falta ação política individual e coletiva, nacional e internacional, para denunciar, desmontar e tornar ilegítima a tomada criminosa do poder político na Colômbia.”

Claudia López estudou Finanças e Relações Internacionais em Bogotá e na Universidade de Colômbia, nos Estados Unidos. Foi consultora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e trabalha para a paz, através do Observatório do Conflito Armado que faz parte da ONG Fundação Novo Arco-Íris. Tem dedicado a vida pessoal e profissional a trabalhar para a pacificação no seu país. Continue a ler “Claudia López e a paz na Colômbia”

mulheres · mundo · opressão · sociedade · violência

lman Ahmad Jamas, lutando pela paz no Iraque

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 lMAN AHMAD JAMAS, lutando pela paz no Iraque

 

“Serão precisos muitos anos para reconstruir o Iraque.

Será muito difícil.”

Jornalista, tradutora e escritora, Iman Ahmad Jamas criou e dirigiu, em junho de 2003, o Observatório da Ocupação no Iraque, uma iniciativa de organizações internacionais e iraquianas para informar sobre a ocupação dos Estados Unidos e seus efeitos políticos, económicos e sociais, dando conta dos abusos e violações contra a população civil levada a cabo pelas tropas estrangeiras. Continue a ler “lman Ahmad Jamas, lutando pela paz no Iraque”

mulheres · mundo · opressão · sociedade · violência

Tica Font Gregori, uma voz pela paz

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TlCA FONT GREGORl, uma voz pela paz 

Compreendi então

que o caminho do movimento ecopacifista

estaria cheio de dificuldades.

 

Vice-presidente de Justícia i Pau (Justiça e Paz), especialista no comércio de armas, Tica Font Gregori foi presidente da Federació Catalana d’ONG per la Pau (Federação Catalã de ONG’s para a Paz) e desempenhou um papel muito ativo na definição e aprovação, no ano 2003, da Lei do Fomento da Paz na Catalunha. Desde março de 2009 é Diretora do Institut Català Internacional per la Pau (ICIP – Instituto Catalão Internacional da Paz).

Decorriam os primeiros anos da década de setenta quando Tica começou a interessar-se por ecologia e pelo movimento antinuclear europeu. Os seus amigos daquela época estavam mais interessados na política interna: ocorria então a transição espanhola que devia mudar o rumo do país após quarenta anos de franquismo e obscurantismo. A necessidade de compreender e o seu olhar inquieto levaram-na a interessar-se pelo ecopacifismo que começava a ganhar corpo na Alemanha, após o assassinato do estudante Benno Ohnesorg em Junho de 1967. Continue a ler “Tica Font Gregori, uma voz pela paz”

emancipação · feminismo · mulheres · sociedade

Cesina Borges Adães Bermudes e o parto sem dor

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Médica e investigadora portuguesa, feminista, Cesina Borges Adães Bermudes nasceu em Lisboa, filha do escritor teatral e ensaísta Félix Bermudes. Frequentou o Liceu Camões, tendo sido, no final do curso, a única rapariga numa turma de quinze rapazes.

Licenciou-se em Medicina em 1933. Fez o Internato Geral em 1933/34 e o internato de cirurgia em 1937/38. Contou em entrevistas que decidira ser médica aos onze anos quando um tio materno, de nome Lacerda e Melo, lhe falou do que era ser médico de aldeia e fazer visitas a gente pobre sem cobrar nada. Continue a ler “Cesina Borges Adães Bermudes e o parto sem dor”

emancipação · feminismo · sexismo · sociedade

Laura Maria Caterina Bassi, cientista por direito próprio

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LAURA Maria Caterina BASSI – Cientista por direito próprio  

Laura Maria Caterina Bassi foi uma cientista italiana e a primeira mulher a ensinar oficialmente numa universidade europeia.

Nasceu a 31 de outubro de 1711, em Bolonha, no seio de uma família rica. O pai, advogado, contratou Gaetano Tacconi, um professor universitário de Biologia, História Natural e Medicina, para lhe dar aulas em casa durante sete anos. Com apenas 20 anos, Laura foi escolhida para o cargo de professora de Anatomia na Universidade de Bolonha e, um ano mais tarde, foi eleita membro da Academia de Ciências. Continue a ler “Laura Maria Caterina Bassi, cientista por direito próprio”

emancipação · feminismo · injustiça

Sofia Kovalevskaya – Matemática e defensora dos direitos das mulheres

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Sofia Kovalevskaya

 Matemática e defensora dos direitos das mulheres

Nascida a 15 de janeiro de 1850, em Moscovo, na Rússia, Sofia Kovalevskaya foi uma matemática de renome, bem como escritora e defensora dos direitos das mulheres. A sua luta para ter acesso a uma educação de qualidade franquiou muitas portas universitárias às mulheres. Alem disso, o seu trabalho pioneiro no campo da Matemática ajudou os colegas a reconsiderar muitas noções arcaicas sobre o desempenho das mulheres no campo científico.

A educação de Sofia decorreu num ambiente que poderíamos considerar faustoso, já que a família pertencia à pequena nobreza russa. Não foi uma criança feliz. Enquanto filha do meio, sentia-se negligenciada por uma família que admirava sobretudo a filha mais velha, Anya, e o filho mais novo e herdeiro, Fedya. Durante a maior parte da sua Continue a ler “Sofia Kovalevskaya – Matemática e defensora dos direitos das mulheres”

injustiça · mulheres · sociedade

Betty Williams e a paz na Irlanda

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BETTY WlLLlAMS e a paz na Irlanda

 

 A única força que pode romper barreiras

é a força do amor, a força da verdade, a força da alma…

Nascida de uma família humilde, Betty Williams iniciou com Mairead Corrigan-Maguire um importante movimento a favor da pacificação da Irlanda do Norte. Em 1976, ambas ganharam o prémio Nobel da Paz. Foi homenageada com muitos prémios em diversos países, como a Medalha Carl von Ossietzky, a Liga de Direitos Humanos de Berlim, e o prémio da Paz do Povo Norueguês. É doutora honoris causa pela Universidade de Yale, nos Estados Unidos. Foi candidata trabalhista nas eleições gerais de 1997. No ano de 2006 fundou o Nobel Women’s Initiative, pela defesa dos direitos das mulheres no mundo inteiro, em conjunto com as outras mulheres vivas que receberam o Prémio Nobel da Paz. Continue a ler “Betty Williams e a paz na Irlanda”

injustiça · mulheres · sociedade · violência

Amira Hass

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AMIRA HASS, PERITA EM OCUPAÇÃO

O meu trabalho é vigiar o poder.

Oficialmente, é a correspondente para os assuntos palestinianos do diário israelita Aaretz, mas prefere ser conhecida como perita em ocupação. Amira Hass, jornalista israelita nascida em Jerusalém, dá a conhecer aos seus compatriotas o que se passa a poucos quilómetros de suas casas, o que muitos não querem ver. Com residência habitual na cidade da Cisjordânia, em Ramala, mantém na realidade “um romance com Gaza”, segundo as suas próprias palavras. Há já alguns anos que passa temporadas na faixa de Gaza e conta como é viver em estado de sítio.

O meu desejo de viver em Gaza não se deveu à sede de aventuras ou à loucura, mas ao medo de ser uma observadora passiva, à minha necessidade de compreender até ao último pormenor um mundo que, de acordo com os meus conhecimentos políticos e históricos, é uma criação profundamente israelita. Gaza encarna para mim toda a saga do conflito israelo-palestiniano, representa a principal contradição do Estado de Israel: democracia para alguns, privação para outros”, explica Hass. Continue a ler “Amira Hass”

abuso · desigualdade · injustiça · mulheres · opressão

Os novos abolicionistas

 OS NOVOS ABOLICIONISTAS

 Embora, em termos globais, as mulheres não tenham alcançado posições de topo como líderes políticas, são elas que encabeçam as fileiras do empreendorismo social. Mesmo em países onde os homens monopolizam o poder político, as mulheres constituíram organizações influentes e têm desempenhado um papel catalisador como agentes de mudança. Muitas mulheres tornaram-se empreendedoras sociais para poderem assumir posições de liderança no novo movimento abolicionista contra os traficantes de sexo. Uma delas, Sunitha Krishnan, um Membro da Ashoka[1] na Índia, é uma figura lendária nesse domínio.

Oriunda da classe média, Sunitha frequentou um infantário em criança. Quando chegava a casa, pegava numa lousa e ia ensinar a um grupo de crianças pobres o que aprendera nesse dia. Essa experiência marcou-a tanto que decidiu tornar-se assistente social. Fez estudos universitários na Índia e Continue a ler “Os novos abolicionistas”

abuso · injustiça · opressão · submissão · violência

O efeito rapariga

 O EFEITO RAPARIGA[1]

Srey Rath é uma adolescente cambojana com cabelo negro e rosto castanho claro. Encontramo-la junto de uma carroça, na rua apinhada de um mercado. Rath conta-nos a sua história de forma calma e neutra. O único indício de ansiedade ou de trauma que detetamos nela é um contante afastar do cabelo dos olhos, talvez um tique nervoso.

A sua pequena estatura contrasta com a sua personalidade cativante. Mas esta característica, aliada à atratividade de Rath, é um fator de perigo para uma rapariga cambojana rural. O seu caráter confiante é um problema adicional.

Quando Rath tinha 15 anos, a família ficou sem dinheiro e ela decidiu ir lavar pratos para a Tailândia durante dois meses, para ajudar a pagar as despesas. Os pais preocuparam-se com a segurança dela, mas ficaram descansados quando Rath partiu com quatro amigas a Continue a ler “O efeito rapariga”

desigualdade · injustiça · mundo · opressão

Lutar contra a escravatura a partir de Seattle

As pessoas estão sempre a perguntar de que forma podem ajudar. Dado que a corrupção, o desperdício e a má gestão são uma realidade, como podemos, de facto, ajudar as mulheres e acabar com a escravatura? Existe algo que uma pessoa comum possa fazer?

Um bom ponto de partida é ser extremamente realista acerca das complexidades que toda e qualquer mudança pressupõe.

A realidade mostra que os esforços feitos no passado para ajudar as raparigas tinham, por vezes, o efeito contrário. Em 1993, o Senador Tom Harkin quis ajudar as jovens que trabalhavam em fábricas clandestinas no Bangladesh e introduziu legislação para banir as importações de artigos fabricados por trabalhadores menores de 14 anos. As fábricas do Bangladesh reagiram, de imediato, despedindo dezenas de milhares de raparigas. Muitas delas foram para bordéis e, neste momento, devem estar mortas devido à SIDA. Continue a ler “Lutar contra a escravatura a partir de Seattle”

desigualdade · injustiça · machismo · mulheres · mundo · opressão

A rebelde Afegã

A REBELDE AFEGÃ

 Sakena Yacoobi é uma mulher robusta e baixa, que dirige uma organização chamada Afghan Institute of Learning[1]. O fato de ser afegã e muçulmana é, talvez, a razão pela qual os fundamentalistas não a conseguiram ainda silenciar; é óbvio que uma estrangeira seria vista como uma presença mais ameaçadora. As organizações americanas teriam obtido melhores resultados se tivessem financiado e apoiado Sakena, em vez de enviar os seus próprios representantes para Cabul. A melhor forma de ajudar as mulheres muçulmanas não é apropriar-se do microfone numa manifestação, mas contribuir com donativos e apoiá-las anonimamente. Continue a ler “A rebelde Afegã”

desigualdade · emancipação · feminismo · homem-mulher · opressão · sexismo · sociedade

Acabar com a opressão

Uma competição para saber quem é a pessoa mais oprimida, ou pior ainda, uma competição entre as mais oprimidas, não leva a nada. É certo que há pessoas que reagem ao facto de serem vítimas do preconceito, descrevendo a sua própria situação. Isso pode ser útil para convencer os cépticos, mas será mais útil se levar as pessoas para a acção. Qualquer mulher pode descrever a opressão a que está sujeita. Contudo, a questão é acabar com ela.

 

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Sophie Grillet
Não sou feminista, mas…
Lisboa, Presença, 2001

(excerto)

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A instrução

Nas escolas da Europa e da América, as raparigas são melhores do que os rapazes. Na universidade, os rapazes ainda levam alguma vantagem, mas provavelmente não por muito tempo. Nos EUA, há mais raparigas do que rapazes a frequentarem cursos universitários.

Se forem removidas as barreiras da instrução feminina, as raparigas saem-se tão bem ou até melhor do que os rapazes. Na Grã-Bretanha, havia um exame chamado «11+» em que se baixava as classificações das raparigas para beneficiar os rapazes de «desenvolvimento mais lento». Hoje, naquele país, as raparigas com idades de 5, 7, 9 e 11 anos têm melhor classificação nos testes. Mas a barreira psicológica da Matemática e das Ciências ainda se mantém. Continue a ler “A instrução”

desigualdade · emancipação · homem-mulher · injustiça · machismo · sexismo · sociedade

Trabalho e discriminação I

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Sophie Grillet
Não sou feminista, mas…
Lisboa, Presença, 2001

(excerto)

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Trabalho e discriminação II

A lei de desigualdade salarial está cheia de alçapões e pouco fez para acabar com as diferenças salariais entre homens e mulheres, especialmente porque eles continuam a executar tarefas distintas.

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Sophie Grillet
Não sou feminista, mas…
Lisboa, Presença, 2001

(excerto)

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Os pais também se queixam

Embora algumas mães se queixem de que os pais passam pouco tempo a cuidar dos filhos, muitos pais queixam-se de que, devido à sobrecarga de trabalho, mal vêem os filhos. Para a maioria dos homens, manter uma ligação constante com a família só é possível aos fins-de-semana.

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Há um poema japonês que diz:
Longa viagem.
Estrelas da manhã, estrelas da noite.
O rosto adormecido dos filhos.

A discriminação também atinge os homens.

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Sophie Grillet
Não sou feminista, mas…
Lisboa, Presença, 2001

(excerto)

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Educação desigual desde o berço

Rapazes e raparigas são educados de maneira diferente desde que nascem.

Os rapazes são excluídos de certas tarefas de forma tão evidente como as raparigas o são de outras.

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Sophie Grillet
Não sou feminista, mas…
Lisboa, Presença, 2001

(excerto)

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O que significa o feminismo para os homens

O que significa o feminismo para os homens

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Sophie Grillet
Não sou feminista, mas…
Lisboa, Presença, 2001

(excerto)

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Não sou feminista, mas…

Não sou feminista, mas…

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Sophie Grillet
Não sou feminista, mas…
Lisboa, Presença, 2001

(excerto)

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Vamos falar da emancipação das mulheres II

O lar é simultaneamente um paraíso e uma prisão. As pessoas sentem-se muitas vezes presas na armadilha de papéis que não escolheram. Muitas vezes é até um lugar de violência e abusos sexuais. Mas as alternativas actuais são tais que a maior parte das pessoas opta por viver em família, se puder.

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Sophie Grillet
Não sou feminista, mas…
Lisboa, Presença, 2001

(excerto)

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Vamos falar da emancipação das mulheres I

Os estudos sobre a mulher nos anos 70 ajudaram, de facto, a divulgar o conhecimento sobre o papel das mulheres ao longo da historia.

Mary Wollstonecraft (1759-1797) escreveu este livro em 1792, inspirada em Direitos do Homem de Thomas Paine. A sua maior preocupação era que as raparigas devessem receber instrução. A sua vida pessoal era difícil e ela lutava constantemente para se sustentar, escrevendo ou ensinando. Morreu logo a seguir ao nascimento da sua segunda filha.

“Quantas mulheres desperdiçaram a sua vida entregando-se a um destino de infelicidade, quando poderiam ter sido médicas, gerindo uma quinta ou uma loja e avançando de cabeça erguida, Continue a ler “Vamos falar da emancipação das mulheres I”

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Harriet Tubman

David A. Adler
The Picture Book of Harriet Tubman
New York, Holiday House, 1992
tradução e adaptação

Harriet Tubman nasceu em 1820 ou 1821, numa enorme plantação em Dorchester County, Maryland. Embora a plantação tivesse uma grande casa, com muitos quartos e mobílias ricas, Harriet nasceu numa cabana de um só quarto, longe da casa grande. Era uma cabana de chão sujo, e não tinha janelas nem mobília.

Harriet foi a sexta de onze irmãos. O pai, Benjamin Ross, e a mãe, Harriet Green, eram ambos escravos. O patrão deles chamava-se Edward Brods. Edward Brods também era dono de Harriet Tubman.

Os escravos trabalhavam arduamente o dia todo, mas não eram pagos. Continue a ler “Harriet Tubman”

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Desculpas masculinas

«Estive a trabalhar todo o dia.»

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«Não sei limpar a casa de banho, porque nunca a limpei.»

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«A sujidade não me incomoda como te incomoda a ti.»

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«Não posso… Prometi ir ter com os meus amigos ao bar.»

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Sophie Grillet
Não sou feminista, mas…
Lisboa, Presença, 2001

desigualdade · família · homem-mulher · machismo · sexismo · sociedade

Desculpas machistas

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Sophie Grillet
Não sou feminista, mas…
Lisboa, Presença, 2001